Friday, March 31, 2006

Pedro

Meu nome é Pedro.Mas pode me chamar de José, Antonio ou tantos outros milSou apenas mais um na violentada pátria amada, e idolatrda chamada Brasil.
Violencia que vem de tempo...Desde quando Cabral nos descobriu guaido pelos poderes dos ventos..... E com bandeirantes, igreja, gripe e descontento....Massacrou aqui uma nação.
Nação....Nação formada por xavantes, xingus, tchucarammaes,Morubixabas insolentes perante o fogo dos jesuitas....Que pela força ou pela inocência trocaram a beleza por espelhos...E a liberdade pelo perdão.
Perdão.....Palavra que assola a cidadania...Nos povoando com ladrões, escravizando irmãos, deixando a terra da vida vazia....Capitanias hereditárias, feudalismo senzala, covardia.....Exploração de ouro, diamantes, pau brasil, a favor da diabólica monarquia....Que despertaram o desejo de independência ou morte...Como Dom Pedro e muitos outros anjos diriam....Acabaram com as riquezs, com gerações, mas não acabaram com a nossa espernça e alegria...
Alegria que não durou muito tempo...Veio a república, Getúlio, Juscelino, o golpe militar, a tal da guerra fria....E o Brasil ainda não era nada daquilo que a gente queria....Plano funaro, os dois fernandos, a esperança venceu o medo, e o barbudo, quem diria, transformou nosso país em refém da hipocrisia...
Hipocrisia.....Que apodrece todas as instâncias...Granja do Torto, Piratini ou Casa Branca..Onde a insanidade se confunde com o próprio medo...Onde números, grades e código escondem os mais negros segredos..Segredos que rejem o mundo como uma divina comédia recheada de amargos temperos...
Mundo, planeta água, planeta terra...Mundo que nos fornece matéria-prima divina....E agora tenta se livrar do câncer...Com Tsunamis, secas na amazônia, Katrinas...Efeito da produção em massa, da burguesia minoria...Do relógio Rolex, casaco de pele, terno armani, sorriso perfeito, com combustível cocaína, vendendo indultos em todas esquinas, sustentando o caos a base da anarquia...onde na favela traficantes são deuses, e no asfalto o calmante da familia.....
Anarquia do medo, anarquia da fome, anarquia do fim..Onde carros blindados são vítimas de si mesmo, com secretárias prostituras e mulheres cheias de jóias nos dedos.... Sustentando o morro com o vício que domina, olhando o moleque na rua, fome no prato, a noite vazia.... Deixando pro resto apenas o desdém.Sou esse menino, e meu nome é Pedro.Mas podem me chamar de Zé.Zé ninguém.