Monday, December 11, 2006

Domingo

O céu estava claro
Radiante como a manhã
Era mais um céu de anil
Numa ordinária vida de tantas manhãs
Os olhos embebedaram a alma
Fazendo do espaço uma revolução
Era descoberta de um sentimento escondido
Que os mais aguçados olhos não conseguiriam ver
Sentimento puro e imprevisível
Que nem em muitas vidas poderíamos entender

Quando os céus começaram a chorar
Foi nítido que era de emoção
Fez as palavras dizerem pouco
Fez do pouco, uma explicação
Era a chegada de uma estrela
ofuscando o próprio sol de verão
Uma estrela com luz própria
luz que cega a visão
Que dá olhos para inconsciência
E faz falar a voz do coração

Uma luz que clareia obscuros caminhos
que tem na luz da lua sua madrinha
um farol no escuro profundo
uma luz que até a mais sombria das almas irradia

Luz que faz o mundo sumir
aparecendo a visão de um novo universo
Que mostra a relação entre vida e morte
Como apenas um invisível paralelo
Luz sem entendimento
Que nos ensina a entender
Que a cada momento nessa passagem
temos muito mais a aprender

Aprendizado que nem o mais fabuloso dos mestres
Teria a maestria de ensinar
Contemplando em um simples segundo
A copulação entre terra, céu e mar
Gerações e gerações de alguma forma
Tentaram denominar
Esse momento indescritível
que a faz o tempo acabar
Mas o que pra sempre é infinito
Palavras não podem representar

O céu estava claro
Radiante como a manhã
Era mais um céu de anil
Numa ordinária vida de tantas manhãs
Quando os céus começaram a chorar
Foi nítido que era a despedida
De uma luz que brilhou caminhos
Para uma alma que se achava perdida.

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